Muito aquém das suas possibilidades. Poderá ser esta a frase sintetizadora da época até agora realizada. A não passagem à segunda fase do campeonato nacional e algumas exibições de pouca qualidade justificam um sentimento enorme de desejo por cumprir. No entanto, a paciência, a perseverança e a motivação para solucionar algumas anomalias, próprias de um percurso, trarão resultados positivos e compensadores. Há muito talento neste grupo de atletas – um dos grupos mais equilibrados e homogéneos de toda a formação do Ginásio. Afiguram-se, alias, aqui, atletas bastante promissores e, alguns, de qualidade antropométrica, técnica e táctica para pertencerem às selecções nacionais jovens.
Esta última ideia, no meu entender, expande-se, também, para o resto dos escalões de formação. Sendo certo que, e apesar de considerar os atletas juniores de grande qualidade, a pirâmide de atletas referente à quantificação de qualidade e de potencial esteja significativamente invertida, até porque nos escalões finais a previsão torna-se mais fácil.
De uma vez por todas e se o clube se quer projectar sustentadamente para o sucesso tem que trabalhar integrando todos os seus recursos humanos (atletas, treinadores e dirigentes) num objectivo primordial, claro e perfeitamente, tendo em conta a actual conjuntura da formação do andebol português, alcançável: formar atletas com qualidade e consistência, ou seja, época após época, de forma a cumprirem um percurso nas selecções nacionais jovens.
As mudanças de mentalidade ou a inovação de mentalidades vigentes trazem consigo um clima de desconfiança e cepticismo. Possivelmente, muitos considerarão esta reflexão como algo utópico e fantasioso. Apresentarei mais adiante provas reais de que isso não é verdade. Se queremos alterar o estado de coisas não o poderemos fazer com passividade ou resignação. As mudanças necessitam de irreverência e de alterações sérias, profundas e sustentadas, direccionadas, sobretudo, para o rumo que pretendemos, por consciência própria, tomar.
E o rumo escolhido deve ser relembrado aqui para que todos possam contextualizar e compreender as suas acções. O objectivo final do trabalho realizado e o objectivo do trabalho a realizar colectivamente deverá, tal como está escrito num projecto técnico feito para a secção, atingir através da melhor formação humana e atlética dos nossos jovens uma equipa sénior sustentada capaz de competir na mais alta divisão nacional.
As pedras estão lançadas. Vejamos caso a caso os elementos que me fazem pensar desta forma. É certo que a efectivação disto, mesmo, exige ainda mais organização, trabalho e motivação.
1 – Apesar de todas as deficiências da formação, nestes últimos anos, com todas as suas conturbadas crises, foi possível, mesmo assim, formar atletas de qualidade para jogar no mais alto nível do andebol português. Trago aqui o exemplo dos três atletas seniores ginasistas (“Matula”, “Perninhas” e Luís Pinto) campeões nacionais pelo ISMAI na época passada e que ainda, recentemente, defrontaram uma das melhores equipas nacionais – o F. C Porto – numa competição oficial. O que me apraz perguntar é se esses três atletas não teriam, no mínimo, qualidade para jogarem em equipas da liga como por exemplo o Espinho ou o Águas Santas.
2 - Mais uma vez e simbolizando uma das piores alturas da formação do clube, os atletas Pedro Dias e Pedro Machado, este último convocado para a Selecção Nacional C, que se transferiram na época passada para o Águas Santas. Peço só aos leitores que imaginem a geração destes dois atletas bem trabalhada e com uma estrutura homogénea necessária, teríamos, hoje, uma equipa de juvenis candidata a vencer o campeonato nacional.
3 - Pela primeira vez na história do andebol do ginásio um escalão de formação consegue apurar-se para uma fase final e só não se sagra campeão nacional de infantis 200672007 porque, tanto clube organizador como árbitros tiveram actuações duvidosas que em nada dignificaram a verdade desportiva e a formação humana dos atletas.
4 - Num ano complicadíssimo e com atletas com ocupação profissional ou no ensino superior, os seniores conseguem ainda assim sagrarem-se vice campeões nacionais 2006\2007 num jogo que não terminou com vitória porque tudo foi atípico.
5 – Este ano, ainda a meio, os juniores apuram-se para a fase de acesso ao campeonato nacional apresentando um lote de jogadores com grande potencial se algumas mentalidades forem mudadas. E para mim surge a necessidade de estabelecer algumas comparações. Não terão os juniores do ginásio atletas superiores a alguns da mesma idade emprestados pelo F. C. Porto ao ISMAI?
Tudo isto me leva a dizer que é possível.
Concordo com os que dizem que o ginásio se relativiza porque não possui ligações ao sistema promíscuo e perverso do andebol e que não possui influência suficiente para controlar e estimular as convocatórias das selecções nacionais. Mas esse também não deve ser o nosso caminho. Quanto maior for a honestidade da conquista maior será o seu sabor. Acredito nisto profundamente.
Para terminar, queria afirmar que o objectivo deste texto nasce da necessidade de apelar á união de todos nós – ginasistas – no alcance de um clube melhor, na consciencialização da importância do clube na comunidade como um espaço efectivo de formação de homens para o presente e para o futuro, na suspeição de que um dia ao som de cânticos e de gritos de felicidade todos nós, sem excepção, comemoraremos a vitória final, aquela que nos fará olhar para o passado e dizer que valeu a pena o esforço das horas difíceis.
Pedro Pinto, treinador dos iniciados
Mais uma vez, agradecemos a participação e o envio deste artigo de opinião de quem está por dentro, de quem vive o Ginásio todos os dias.
Esta última ideia, no meu entender, expande-se, também, para o resto dos escalões de formação. Sendo certo que, e apesar de considerar os atletas juniores de grande qualidade, a pirâmide de atletas referente à quantificação de qualidade e de potencial esteja significativamente invertida, até porque nos escalões finais a previsão torna-se mais fácil.
De uma vez por todas e se o clube se quer projectar sustentadamente para o sucesso tem que trabalhar integrando todos os seus recursos humanos (atletas, treinadores e dirigentes) num objectivo primordial, claro e perfeitamente, tendo em conta a actual conjuntura da formação do andebol português, alcançável: formar atletas com qualidade e consistência, ou seja, época após época, de forma a cumprirem um percurso nas selecções nacionais jovens.
As mudanças de mentalidade ou a inovação de mentalidades vigentes trazem consigo um clima de desconfiança e cepticismo. Possivelmente, muitos considerarão esta reflexão como algo utópico e fantasioso. Apresentarei mais adiante provas reais de que isso não é verdade. Se queremos alterar o estado de coisas não o poderemos fazer com passividade ou resignação. As mudanças necessitam de irreverência e de alterações sérias, profundas e sustentadas, direccionadas, sobretudo, para o rumo que pretendemos, por consciência própria, tomar.
E o rumo escolhido deve ser relembrado aqui para que todos possam contextualizar e compreender as suas acções. O objectivo final do trabalho realizado e o objectivo do trabalho a realizar colectivamente deverá, tal como está escrito num projecto técnico feito para a secção, atingir através da melhor formação humana e atlética dos nossos jovens uma equipa sénior sustentada capaz de competir na mais alta divisão nacional.
As pedras estão lançadas. Vejamos caso a caso os elementos que me fazem pensar desta forma. É certo que a efectivação disto, mesmo, exige ainda mais organização, trabalho e motivação.
1 – Apesar de todas as deficiências da formação, nestes últimos anos, com todas as suas conturbadas crises, foi possível, mesmo assim, formar atletas de qualidade para jogar no mais alto nível do andebol português. Trago aqui o exemplo dos três atletas seniores ginasistas (“Matula”, “Perninhas” e Luís Pinto) campeões nacionais pelo ISMAI na época passada e que ainda, recentemente, defrontaram uma das melhores equipas nacionais – o F. C Porto – numa competição oficial. O que me apraz perguntar é se esses três atletas não teriam, no mínimo, qualidade para jogarem em equipas da liga como por exemplo o Espinho ou o Águas Santas.
2 - Mais uma vez e simbolizando uma das piores alturas da formação do clube, os atletas Pedro Dias e Pedro Machado, este último convocado para a Selecção Nacional C, que se transferiram na época passada para o Águas Santas. Peço só aos leitores que imaginem a geração destes dois atletas bem trabalhada e com uma estrutura homogénea necessária, teríamos, hoje, uma equipa de juvenis candidata a vencer o campeonato nacional.
3 - Pela primeira vez na história do andebol do ginásio um escalão de formação consegue apurar-se para uma fase final e só não se sagra campeão nacional de infantis 200672007 porque, tanto clube organizador como árbitros tiveram actuações duvidosas que em nada dignificaram a verdade desportiva e a formação humana dos atletas.
4 - Num ano complicadíssimo e com atletas com ocupação profissional ou no ensino superior, os seniores conseguem ainda assim sagrarem-se vice campeões nacionais 2006\2007 num jogo que não terminou com vitória porque tudo foi atípico.
5 – Este ano, ainda a meio, os juniores apuram-se para a fase de acesso ao campeonato nacional apresentando um lote de jogadores com grande potencial se algumas mentalidades forem mudadas. E para mim surge a necessidade de estabelecer algumas comparações. Não terão os juniores do ginásio atletas superiores a alguns da mesma idade emprestados pelo F. C. Porto ao ISMAI?
Tudo isto me leva a dizer que é possível.
Concordo com os que dizem que o ginásio se relativiza porque não possui ligações ao sistema promíscuo e perverso do andebol e que não possui influência suficiente para controlar e estimular as convocatórias das selecções nacionais. Mas esse também não deve ser o nosso caminho. Quanto maior for a honestidade da conquista maior será o seu sabor. Acredito nisto profundamente.
Para terminar, queria afirmar que o objectivo deste texto nasce da necessidade de apelar á união de todos nós – ginasistas – no alcance de um clube melhor, na consciencialização da importância do clube na comunidade como um espaço efectivo de formação de homens para o presente e para o futuro, na suspeição de que um dia ao som de cânticos e de gritos de felicidade todos nós, sem excepção, comemoraremos a vitória final, aquela que nos fará olhar para o passado e dizer que valeu a pena o esforço das horas difíceis.
Pedro Pinto, treinador dos iniciados
Mais uma vez, agradecemos a participação e o envio deste artigo de opinião de quem está por dentro, de quem vive o Ginásio todos os dias.
2 comentários:
Eh pah!
Tu realmente as vezes dizes umas coisas certas! Acho que aprendeste com o treinador principal da tua equipa...:)
Tal como toda a gente sabe, a tua opinião neste assunto é a minha opinião, sem tirar nem pôr.
E é pra isso que lutamos todos os dias, pra que seja verdade.
mt bom comentario...
mas existe mais alguns feitos historicos colectivos e individuais nos ultimos anos nos escalões de formação do ginásio que não referiste e que era importante referir para informar os mais novos, para eles mesmos alcancar esse feitos
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