sexta-feira, 28 de novembro de 2008

"São amigos de e para uma vida."

Sempre com a ideia de melhorar a informação emanada a todos quantos lêem este blogue comunitário, realizámos esta semana uma entrevista ao Telmo Roriz - ex atleta sénior do clube por razões académicas.

Estas iniciativas, se todos os solicitados se dispuserem a colaborar, acontecerão semanalmente.

A entrevista foi realizada por correio electrónico e por isso terá algumas debilidades de desenvolvimento. Com certeza todos compreenderam a situação.




(Ricardo, Telmo e Paulo Sousa)

Andebol Ginasista: Antes de mais gostaríamos de saber como está a correr a tua nova vida?

Telmo: Primeiramente gostaria de agradecer o convite pela entrevista e exprimir o meu agradecimento e contentamento por tal. Quanto á minha nova vida aqui na Suíça posso dizer que estou a gostar bastante e que me habituei mesmo bem a este novo mundo, cultural e cosmopolita, de uma realidade mental totalmente diferente. Além disso, o país vale pelas suas maravilhosas paisagens, das montanhas que aguentam a neve neste momento, e por riquezas únicas.

Na faculdade, o ritmo é muito puxado devido ao prestígio que a mesma tem em todo o mundo e que em Portugal não fazia ideia desse mesmo valor. Encontro-me a fazer Erasmus na EPFL (École Polytechique Féderal de Lausanne), no meu último ano de curso de Arquitectura, em protocolo com a FAUP. Os colegas de curso são de todos os países possíveis permitindo-nos fazer amizades em todos os cantos do mundo. Os suíços não são assim tão antipáticos como dizem, só alguns.

Em relação ao alojamento, consegui vaga numa residência de estudantes fantástica, com umas óptimas condições, num apartamento com 5 pessoas onde todos nos damos muito bem. Vivo com uma colega de Portugal, uma marroquina, um francês e um alemão, e a troca de experiências permite-nos crescer muito como pessoas.

Portanto, nada de negativo a dizer nestes 3 meses.

AG: E as saudades da equipa e dos jogos? Já se fazem sentir ou não?

T: As saudades do andebol são obviamente muitas, foram 11 anos da minha vida nessa mesma rotina, e agora vi-me obrigado a abandonar. Os jogos e treinos proporcionavam momentos únicos e claramente sinto falta disso. As saudades dos amigos são ainda mais fortes, das conversas no balneário, das brincadeiras entre nós, da partilha diária das histórias de cada um. O andebol sempre foi um motivo de reafirmar a amizade que já havia entre o grupo. Penso que com palavras é difícil explicar a relação que se criou entre o pessoal nestes 11 anos passados, pois são amizades de uma vida.


(Telmo e Zé)

AG: Como assistes ao desenrolar da época ginasista a tantos quilómetros de distância?

T: No desenrolar desta época tento sempre acompanhar os resultados via Internet. Costumo também telefonar sempre que possível para o pessoal. Torço sempre pela equipa, lembrando-me de alguns momentos engraçados passados, como por exemplo o Vítor sem voz e quase a entrar em campo, do Preto a fazer uma defesa do contra ataque e a fazer aquele risinho para o adversário, do Sousa a berrar comigo por ter falhado, do Mário Morsa a discutir com os árbitros, do Zé pedir substituição porque o joelho não dá mais, do Trunfa no banco a dizer “bacoradas”, e do grande Piduca a fazer uso do seu cabedal, onde se ouvem estranhos ruídos na bancada quando toca em alguém, etc.

AG: Pensas ser possível a subida ainda esta época?

T: A equipa foi muito reforçada este ano tornando-se muito mais forte e os resultados estão á vista. O exemplo do Daniel (perninhas), que com certeza veio trazer fruto da sua experiência nestes anos fora do clube.

A subida é sempre algo muito difícil de apontar neste clube, porque nunca depende só dos resultados que os atletas proporcionam. Falo por experiências passadas em que concretizamos algo, mas que o clube e outros nos negam na hora da decisão. Mas a nível de equipa e resultados sim, parece-me clara uma subida de divisão.

AG: Pensas positiva essa subida, dadas as condições existentes?

T: É sempre positivo uma subida de divisão, é o cumprir de um objectivo. O que falta é saber gerir essa subida, e penso ser possível neste momento porque a lição que o clube aprendeu com os erros de um passado recente podem tornar-se benéficas.

AG: O que pensas que falta ao nosso Ginásio para ser um clube de sucesso?

T: A entrega dada ao clube por parte dos atletas é de um esforço enorme e com grande qualidade. Para um clube de sucesso é preciso gerir muito bem as coisas e isso não é feito por uma só pessoa, pois a opinião pessoal sem ser discutida não vale de nada. É preciso dar todas as condições possíveis aos atletas, pois o clube ainda apresenta condições semelhantes aos anos 80, onde se vêem os escalões a jogarem sem qualquer tipo de assistência médica e onde se chega ao cúmulo de pedir água para os treinos. São aspectos surreais que precisam de mudança e aproveito esta questão para deixar a minha crítica.

AG: Algum conselho ou alguma mensagem que queiras enviar à tua equipa?

T: Uma mensagem para que a época corra muito bem, com a eventual subida tão esperada. Queria deixar um abraço para todos, com muita saudade, e espero fazer um treininho quando for a Portugal no Natal.

AG: Para quando o regresso? Estás a pensar voltar à equipa sénior?

T: O regresso é um pouco complicado. Ainda não sei o que o futuro me reserva, mas há a hipótese de ficar na Suíça para um estágio no final deste ano lectivo, mas ainda não é nada certo. Portanto, ainda não há resposta para isso.

AG: Para terminar gostaríamos de saber qual o treinador e colegas mais marcantes na tua formação?

T: É com dificuldade que tento responder a esta questão. Quanto a treinadores tive dois que mais me marcaram, totalmente diferentes um do outro, Adelino Passadiço e o Vítor Carneiro. Cada um pelo seu jeito e modo de pensar, que me marcam mais pela positiva do que pela negativa.

Os colegas de equipa marcam-me por todos pelos momentos passados e pelas pessoas que são. É claro que existe maior afinidade com alguns do que com outros, mas é normal.

Digamos que alguns dos melhores amigos que tenho são do andebol, que me aturam estes anos todos, e que completamente entram na história da minha vida. São amigos de e para uma vida.

Um cumprimento especial para todos.

4 comentários:

Anónimo disse...

Telmo "mi dobra"...

Anónimo disse...

entrevista interessante

Anónimo disse...

Gostei desta iniciativa... Parabéns ao protagonista! Aproveito também para deixar uma grande abraço ao meu ponta.... "telmor"!

Sousa....

Anónimo disse...

Aí está uma entrevista que todos aguardavamos...

Arquitectos no estrangeiro nem sempre estão acessiveis para estas coisas. =)

Muito bem sr pt direita, gostei do politicamente correcto desta entrevista...